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Opinião

Jan 19, 2024

A China está a engolir Hong Kong, outrora livre, para a sua ditadura implacável – e até a tentar intimidar e capturar dissidentes que fugiram para países democráticos.

Em 3 de julho, a polícia de Hong Kong anunciou mandados de prisão para oito ativistas democráticos e ex-legisladores que estão no exterior e ofereceu uma recompensa de até 1 milhão de dólares de Hong Kong, ou 127.635 dólares, por informações que levassem à sua prisão. Este é um exemplo descarado de repressão transnacional, em que os ditadores estendem os seus métodos de estado policial às sociedades livres. Durante anos, a China envolveu-se nesta prática odiosa, por vezes raptando pessoas que pretende punir, como Gui Minhai, um livreiro sequestrado durante as férias na Tailândia, e Wang Bingzhang, um dissidente raptado no Vietname.

Os últimos mandados e recompensas destinam-se aos ex-legisladores Nathan Law, Dennis Kwok e Ted Hui, ao advogado Kevin Yam, bem como aos ativistas Finn Lau, Anna Kwok, Elmer Yuan e ao sindicalista Mung Siu-tat. Todos foram acusados ​​de “conluio com forças estrangeiras”, exceto Mung, que enfrenta uma acusação de “incitação à secessão”. A polícia acusou vários de defenderem sanções que causaram danos financeiros a Hong Kong. As acusações baseiam-se na lei de segurança nacional de Hong Kong, promulgada após protestos em 2019 e 2020, dando às autoridades municipais ampla liberdade para prender aqueles que expressam dissidência política. A polícia local já prendeu 260 indivíduos por violações da lei de segurança, condenando quase 30 deles.

Nenhum dos novos alvos está agora em Hong Kong. Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Austrália prometeram combater o esforço. Law disse que se sentia “relativamente seguro” na Grã-Bretanha, mas que teria de ser mais cuidadoso. No Twitter, ele apelou aos outros: “Não devemos limitar-nos, autocensurar-nos, ser intimidados ou viver com medo”.

Hong Kong, outrora um bastião da abertura e do Estado de direito, foi transferido pela Grã-Bretanha para a China em 1997 com a promessa de que a China preservaria “um país, dois sistemas”. Agora quebrou completamente essa promessa.

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O Conselho para a Democracia de Hong Kong, um grupo de defesa com sede em Washington cuja diretora executiva, a Sra. Kwok, é um dos oito alvos de Hong Kong, apontou num relatório de 5 de julho que o governo de Hong Kong gastou milhões de dólares em lobistas – incluindo antigos membros do Congresso — para promover os seus interesses nos Estados Unidos. O relatório apela ao Congresso para que aprove legislação que reavalie e potencialmente revogue os privilégios diplomáticos concedidos aos escritórios de representação de Hong Kong nos Estados Unidos.

John Lee, o líder de Hong Kong, alertou os oito alvos da recompensa que eles serão “perseguidos pelo resto da vida”. Isto deverá fazer com que a administração Biden hesite enquanto considera convidar o Sr. Lee para participar na cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico em São Francisco, em Novembro. Se ele for convidado, enviará o sinal errado de que pode estender o seu punho de ferro dentro das democracias – sem quaisquer consequências.

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